Encontrei na internet um texto muito legal… espero que também o seja pra você, pois demonstra a singularidade da expressão de cada nação e cultura.
– Retirado de um artigo de Ivan Lessa, no BBC Brasil –
Vamos alinhavar alguns exemplos eloquentes.
Areodjarekput, do inuit, a língua dos esquimós: é a troca de mulheres por alguns dias. Frisemos: alguns dias apenas.
Gagrom, da Índia: procurar alguma coisa debaixo d´água, nela batendo com os pés.
Giomalireached, do gaélico escocês: a mania de dar uma chegada à casa dos outros justamente na hora das refeições.
Gumusservi, do turco: é o luar brilhando nas águas.
Guree, do somali: se apertar em cima de um camelo para outra pessoa nele se acomodar.
Ichigo-ichie, do japonês: uma prática difícil, pois trata-se de aproveitar cada momento tentando torná-lo perfeito.
Ilunga, do dialeto tsishuba, falado no Congo: uma pessoa que esteja disposta a desculpar um desaforo ou abuso pela primeira vez, pela segunda vez, mas nunca, jamais, pela terceira vez.
Nakhur, do persa: um camelo, ou camela, que só dá leite depois de fazerem cócegas em seu nariz.
Pagezuar, do albanês: morrer antes de desfrutar da alegria ou de se casar ou de ver ao menos um filho ou filha se casar.
Razblyuto, do russo: o que se sente por pessoa que já foi mas não é mais amada
Torschlusspanik, do alemão: o medo que vem com o número cada vez menor de oportunidades à medida que se envelhece. Literalmente, pânico diante de um portão que se fecha, em geral aplicado às mulheres que passaram da idade de procriarem.
Ah, sim. “Gicerci” é aquele camarada que vende fígado e pulmões na Turquia. Não fica claro no livro em questão se de gente ou de bicho. Há que se conferir na obra do escritor turco Orhan Pamuk, recentemente contemplado com o Nobel de literatura. “Gumusservi” (a tal do luar) parece que ele emprega umas duas ou três vezes.