Fim se semana ministrando numa igreja, as usuais 8 horas de sempre mais um pequeno extra de uma pregação fora do cronograma, dormir pouco mais suficiente… nada fora do normal de um fim de semana qualquer (sem desprezo, claro) visitando uma igreja por Caminhada Bíblica.
Vou para a rodoviária, minha passagem já está comprada e muito provavelmente o ônibus lotado indo pra São Paulo. Singelas 15 horas me aguardam à frente na estrada. Sento em minha poltrona (lado do corredor), ligo o mp3, me acomodo e “êpa ninguém do meu lado, maravilha! Dá pra viajar mais confortável”… Mas como dizem… é melhor não falar nada.
Na cidade seguinte, mais algumas pessoas entram e uma jovem entra, nada de anormal… nem o fato de ela estar um pouco acima do peso chama a atenção. Ela parece simpática (como toda gordinha deveria ser). Ao se aproximar, revela que seu lugar é o ao lado do meu.

E aqui, antes de continuar, faço uma pausa.

Nada contra gordinhos. Tenho muitos amigos gordinhos, gordões e barriginhas de pochete… todos os tipos. Meu problema é com gente sem noção.
Ela pede licença. Me levanto, ela senta, e então percebo que é algo além de “estar acima do peso” que se assenta ao meu lado… a poltrona não a comporta como deveria… RESULTADO: me sobra pouca poltrona num ônibus sem poltronas livres para alternar. 15 horas de viagem, um “bum” fora da poltrona, sendo ainda assim expremido e comprimido contra o braço oposto do lugar que deveria ser meu! Tudo isso com um temperinho especial de roncos e gemidos constrangedores da mesma pessoa.
Me senti como o Espírito Santo, que, sem querer banalizar, é tantas vezes apagado, expremido e empurrado dentro de nós por nosso grande e obeso ego sem noção. Pior que não dormir uma noite inteira e já chegar para trabalhar por conta de uma pessoa sem noção do lado… é não ser utilizado por Deus em todo nosso potencial!