Há alguns dias atrás estava saindo do Carrefour aqui perto de casa, e um senhor (em seus 60 anos) parou bem à minha frente. No meio do caminhos. Olhei a avenida movimentada, e nada do senhor partir… comecei a ficar descontente com o cenário, afinal, todo mundo tem pressa de chegar em algum lugar.
O senhor abriu a janela do carro e fez um sinal com a mão, como se quisesse que eu ultrapassasse ele… mas praticamente não tinha espaço pelos lados. Eu fiquei parado (a fila começa a se formar atrás de mim). Mais uma vez, o sinal… e eu sem entender nada, doido pra apertar a buzina e com minha impaciência fazer com que ele saísse da minha frente.
Ele abriu a porta do carro e desceu. Baixei minha janela e ele disse que a bateria havia “arriado” e que não estava conseguindo dar partida. Ainda descontente, me espremi meio que subindo na calçada e acelerando ao lado dele. Quando olhei (enquanto ultrapassava) para o rosto do senhor desconcertado diante de uma fila (que agora já tinha seus 10, 12 carros), encostei o carro num local seguro mais à frente, desci, e perguntei se ele queria ajuda para empurrar o carro.
Comecei a empurrar o carro sem muito sucesso em desafogar a saída do mercado (pois sozinho é meio complicado empurrar um carro num terreno pouco propício). As pessoas buzinando, alguns gritando… quando ergui os olhos para a fila de carros através do para-brisa, me bateu um certo desespero; uma fila de carros (de agora uns 20), e nenhuma pessoa havia sequer pensado em ajudar. O detalhe, é que se o carro não saísse, ninguém conseguiria mais passar por ali (o carro agora já bloqueava completamente a saída).
Depois de alguns minutos, finalmente um outro senhor de uns 4 carros atrás decidiu sair de seu carro e ajudar a empurrar o carro quebrado. Com um sorriso no rosto ele disse “se ninguém ajudar, ninguém sai daqui”.
Isto tudo não demorou mais que 4 minutos, mas uma fila de gente insatisfeita, buzinando, começou a passar ao lado do carro quebrado cantando seus pneus pela avenida.
O detalhe, é que eles estavam irritados por algo que eles mesmos poderiam ter oferecido uma solução. Mas o comodismo, o sentimento de senhorio e desejo de unicamente serem servidos, a falta de ação e tudo mais que você possa pensar daí deste lado foi quem provocou o “sofrimento” deles mesmos.
Deus nos dá todo dia oportunidade de servirmos, de resolvermos problemas, de fazermos parte da missão dele para a humanidade. Podemos sentar e reclamar daquilo que está à nossa volta, ou podemos nos levantar e fazer parte das pequenas resoluções de problemas.